Finalmente, o artigo pelo qual tanto esperavas: um guia que te ensina como começar um negócio online do zero. Sei que este é um desejo de muitas das mulheres que me acompanham e que desejam mais liberdade, tanto financeira quanto de horários, e vêem o digital como a solução. Pois bem, esta é mesmo a decisão certa. Se queres tornar-te empreendedora, o online já deu mais que provas de ser o lugar para estar. Além disso, o investimento de um negócio físico é muito diferente de um negócio online; podes começar um negócio online investindo menos de uma centena de euros, acreditas? Só precisas de tempo e de alguma destreza.

Mas não é disso que vamos falar hoje. Preparada para o passo a passo para começar um negócio online do zero?

 

Como começar um negócio online do zero?

Começa o teu negócio online com uma ideia

O primeiro passo é obviamente escolheres uma ideia de negócio. Podes optar por criar o teu negócio baseado numa lacuna que encontres no mercado, ou tendo em conta uma necessidade ou dor específica. Podes ainda querer apostar em algo que adores e em que és realmente boa. Ah, e também podes escolher começar um negócio tendo em conta aquilo que já sabes que funciona, mais virado para a rentabilização e para a liberdade de horários que tanto idealizas.

Caso precises de ajuda nesta fase, podes ler o artigo “Que negócio devo abrir no digital?”

 

Valida a tua ideia de negócio

Antes de iniciares a tua marca, é importante que percebas se o teu negócio é rentável. Como é que fazes esta análise? A primeira coisa que podes fazer é partilhar a tua ideia com os teus familiares, o teu circulo de amigos ou outras empreendedoras. Observa as suas reações e pede opiniões. Se alguma destas pessoas tiver os problemas ou dores que o teu negócio pretende resolver, melhor ainda. Outra excelente estratégia é entrares em fóruns ou grupos de Facebook do nicho onde queres atuar, e tentares perceber se as pessoas que lá estão têm os problemas ou dores que o teu produto ou serviço pretende resolver. Neste caso, não deves partilhar a tua ideia: apenas estar atenta às partilhas que estão a ser feitas.

Recomendo também que faças um estudo de mercado. Para isso, basta que cries um formulário no Google Form (gratuito) e que o partilhes em grupos de facebook, listas de e-mails, nas tuas redes sociais… Onde sintas que faças sentido. Não te esqueças que o teu estudo de mercado deve começar por identificar o teu público-alvo e segmentá-lo, com perguntas como o sexo, a idade, onde moram, a classe social, os rendimentos, onde compram, onde procuram determinado produto, que redes mais utilizam, etc. Só depois é que deves fazer questões que validem a tua ideia de negócio. Questões como se a audiência sente efetivamente aquela necessidade, quanto estaria disposto a pagar por um produto/serviço que a suprimisse, que características gostaria que tivesse, etc.

O passo seguinte é mesmo só analisar os dados. Os estudos de mercado são maravilhosos tanto para segmentar o teu público como para perceber a receptividade das pessoas ao que vais lançar. Não dispenses esta ferramenta!

 

Segmenta o teu público

O passo seguinte passa por definires e segmentares o teu público-alvo. O teu negócio tem de ter um público-alvo bem definido para que possas saber com exatidão para quem estás a comunicar. De uma forma simples, o público-alvo é basicamente o grupo de pessoas que está interessado naquilo que a tua empresa tem para oferecer. Imagina, se tens um negócio focado em alimentação vegana, o teu público-alvo serão pessoas veganas, certo? Só que o público-alvo deve ir mais longe do que isto e, quanto mais específico for, mais eficaz será a tua comunicação.

Nos dias que correm, os mercados estão cada vez mais competitivos e segmentar e afunilar é realmente o segredo para te destacares entre os demais. Vamos a um exemplo prático?

Quando criei o meu projeto Armário Cápsula, eu sabia que estava a entrar no nicho de moda, um dos nichos mais saturados do mercado. Se eu me tivesse limitado a partilhar os meus looks, provavelmente não teria conseguido destacar-me. No entanto, eu decidi afunilar a minha comunicação e falar apenas de Armário Cápsula. O que é que acabou por acontecer? Tornei-me rapidamente como uma autoridade nesta matéria e como era a única a abordar exclusivamente este assunto, consegui que o meu projeto crescesse exponencialmente. Bastou fazer este pequeno ajuste para conseguir ser uma autoridade e destacar-me.

Mas isto significa que só me seguem pessoas que têm ou querem ter armários cápsula? Não. Também me seguem pessoas que gostam de ver os meus looks e de acompanhar as minhas sugestões de peças. No entanto, eu não perco o meu tempo a criar comunicações específicas para essas pessoas, elas simplesmente vêm por acréscimo. E porque é que não perco tempo? Porque provavelmente elas não são as compradoras recorrentes da minha marca. As minhas clientes vão ser as pessoas que me vêem como autoridade e que querem realmente saber mais sobre este tema.

Pegando no exemplo que dei anteriormente, poderias segmentar o teu negócio de alimentação vegana produzindo apenas sobremesas veganas ou até desenvolvendo apenas pratos que imitam o sabor da carne, para comunicares a um público que está agora a começar a sua jornada no veganismo.

 

Escolhe o nome para a tua marca

O próximo passo é escolheres o nome perfeito para a tua marca. Há várias coisas a ter em conta quando escolhes o nome da tua marca. Idealmente, o teu nome deve remeter facilmente para aquele que é o teu negócio. Isto nem sempre é fácil de fazer, mas é uma excelente estratégia caso os teus clientes estejam à procura no Google ou até mesmo nas redes sociais. Se conseguires aliar isto aos benefícios que pretendes oferecer à tua audiência, melhor ainda. Atenção para, ainda assim, não escolheres um nome que seja limitativo. Quem sabe se o teu negócio não crescerá!

Lembra-te de não escolher nomes que seja muito difíceis de pronunciar e de optar por algo que seja catchy. Pedir a opinião a amigos e familiares é uma excelente decisão nesta altura – quem sabe não encontres alguém que tenha imenso jeito e te dê uma mãozinha neste passo?

Podes também optar por escolher o teu nome próprio, caso faça sentido. Se o projeto estiver muito ligado a ti e ao teu desempenho, utilizar o teu nome pode inclusive ajudar-te a aumentar a tua autoridade, por isso é uma excelente estratégia.

 

Trabalha a identidade da tua marca

O próximo passo para começar um negócio online do zero passa por trabalhar o teu branding, O que é isto? O branding é o conjunto de características pelo qual a tua marca é reconhecida e, aqui, falamos de coisas como o logótipo, a paleta de cores, os tipos de letras, o tom de comunicação e até a tua proposta de valor. Todos os elementos que identificam que identificam a tua marca devem reforçar a mensagem que pretendes passar e ser memoráveis. Além disso, é importante que seja tudo coeso. Se utilizares umas cores no Facebook e outras no Instagram, tudo completamente distinto do teu site, como é que as pessoas te vão reconhecer?

Aqui, no Maria Gonçalves, optei por cores muito diferenciadoras e sei através do feedback de clientes que, quando uma das minhas publicações passa no feed de Instagram delas, elas sabem imediatamente que a publicação é minha sem lerem sequer o meu user. É exatamente isto que queres que aconteça com a tua marca, que o teu conteúdo seja automaticamente reconhecível de tão característico que é.

Resumindo: sê estratégica com as tuas escolhas. Se escolheres uma identidade muito parecida com as restantes do teu nicho, não vais destacar-te. Optar por opções diferenciadoras, que te distingam da tua concorrência e que permitam que a tua audiência te reconheça facilmente.

 

Cria o teu site

Agora que já tens a tua marca definida, já na hora de teres uma morada para o teu negócio: tens de criar o teu site.

Sou extremamente apologista de nunca deixares o teu negócio apenas nas redes sociais. Conheço muitas empreendedoras que optaram por vender apenas através do Instagram, por exemplo, e pergunto-me: o que vão fazer se o Instagram acabar? Como é que os clientes as vão encontrar? Exato, não vão. Além disso, ao colocarem todo o seu trabalho numa rede social, vão estar sempre dependentes de algoritmos que não controlam. Ou seja, se quiserem chegar a mais pessoas, vão ter de recorrer a publicidade.

Porque é que é essencial ter um site? Primeiro, porque estás sempre localizável aos teus clientes e, depois, porque com a estratégia certa podes chegar com muita facilidade a uma audiência que já está efetivamente à procura do que tens para oferecer. Se optares por ter uma componente de blog no teu site e trabalhares bem o SEO e as visitas com a ajuda do Pinterest, por exemplo, vais conseguir posicionar muito bem o teu site nos motores de busca sem teres de gastar um cêntimo. Não deites a perder esta oportunidade, porque este bom posicionamento no Google é valiosíssimo.

roadmap para criar um
negócio digital

Lançar um negócio completamente sozinha pode ser intimidante, acima de tudo pela quantidade de tarefas que implica. Para não te esqueceres de nada, criei esta roadmap onde vou dizer-te passo a passo o que precisas para tirar a tua ideia do papel!